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JUL
13
13 JUL 2020
SAÚDE
Pandemia faz crescer atendimento em saúde mental
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Com o surgimento da pandemia do novo coronavírus, adaptar tornou-se a palavra de ordem. Esta nova realidade trouxe consigo a necessidade de mudança na rotina de vida das pessoas. De todas. Com os serviços de saúde não foi diferente. Foi preciso repensar ações, adequando-as as novas necessidades de cuidado que foram surgindo.

Conforme a coordenadora NASF-AB, psicóloga Ana Paula Schäfer, a vinda da pandemia acarretou em mudanças significativas na vida de muitas famílias. “Cientes do impacto que traria para a saúde mental, adaptamos nosso trabalho à nova realidade. Queremos que a população saiba que pode, e deve, buscar os serviços de saúde, caso necessite de apoio emocional”, explica.

Buscando facilitar o acesso da população, profissionais da saúde têm ido ao encontro das pessoas, com objetivo de identificar situações para agir no menor espaço de tempo, evitando o agravamento de sintomas. “Com o engajamento das agentes comunitárias de saúde, listamos centenas de famílias de todas as regiões do município de Vera Cruz, para realizarmos um primeiro contato e, se necessário, acompanhamento. Já contatamos mais de 300 pessoas desta lista e mantemos o acompanhamento regular com algumas delas. É importante ressaltar que o primeiro contato, normalmente, se dá por telefone, mas caso haja necessidade, atendemos de forma presencial e/ou realizamos os encaminhamentos devidos, seguindo o protocolo estabelecido para o momento atual”, enfatiza Ana, que realiza esses atendimentos em parceria com todas unidades de saúde do município.

“Enquanto psicóloga, tenho o compromisso de fazer com que a saúde mental esteja, cada vez mais, ao alcance de todos. Para isso, a população deve ter conhecimento dos serviços que têm à sua disposição e de que forma podem acessá-los, caso sintam necessidade”, analisa. Porém, quando se fala em saúde mental, segundo ela, a primeira coisa que vêm a mente da maioria das pessoas é o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS. “É importante que a população saiba que o cuidado em saúde mental acontece dentro dos postos de saúde, em seus territórios, através de escutas estendidas, atendimentos individuais, grupos terapêuticos, entre outros meios, que são definidos de acordo com a necessidade de cada um”, esclarece.

Para a psicóloga, ainda é difícil para algumas pessoas, reconhecer que estão em sofrimento e buscar ajuda. “Infelizmente, ainda existem pessoas que falam da depressão, por exemplo, como se fosse uma bobagem, sem saber que ela está dentro do quadro das doenças que mais matam em todo o mundo. Para se ter uma ideia, a OMS estima que, no mundo, a cada 40 segundos uma pessoa se suicide”, lamenta.

Pensando nisso e na alarmante realidade da nossa região, a Secretaria de Saúde deu início, ainda no final de 2019, ao processo de criação do Comitê de Promoção à Vida e Prevenção ao Suicídio. A intenção é trabalhar com ações de prevenção do adoecimento, seja ele físico ou mental, oferecendo saúde, fortalecendo a rede para o combate ao suicídio.

O Comitê será composto pelos serviços da Secretaria de Saúde (Samu, Atenção Básica, Especializada, Vigilância Epidemiológica e Gestão), além da Secretaria de Educação, Secretaria de Desenvolvimento Social, Núcleo de Comunicação Social e Hospital Vera Cruz, com a participação ainda de outros órgãos, como Conselhos Municipais, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Associações de Bairros, entre outros.

DISTANCIAMENTO – Não é tarefa simples ter que lidar com algo que é desconhecido por nós, sem saber como ou quanto cada um será afetado. Todos nós sentiremos, de alguma forma, as consequências desse momento atípico em nossas vidas. E, justamente por isso, é importante que as pessoas entendam que é absolutamente normal a manifestação de alguns sintomas, que antes, por vezes, não existiam.

“A forma de cada pessoa lidar com suas questões é muito particular, não existe regra e é por isso que alguns vão precisar de ajuda profissional e outros não. O importante é não se sentir mal por isso e buscar ajuda”, sugere Ana. Existem diferentes fatores que podem determinar o tamanho do impacto da pandemia na vida de cada um, dentre eles estão:

- o tempo de duração do distanciamento social;

- a preexistência de sofrimento emocional;

- medo de ser infectado;

- frustração e tédio com a nova rotina;

- informações insuficientes e/ou contraditórias sobre a situação no país;

- redução de salário e incertezas financeiras;

- relações afetivas enfraquecidas pelo afastamento;

- dificuldade no relacionamento familiar, após convívio mais intenso.

Por essa razão, de acordo com a psicóloga, podemos esperar a manifestação de sintomas como agitação, irritabilidade, medo, sono desregulado, pensamentos recorrentes, bem como sintomas físicos como dores no corpo, no estômago ou dor de cabeça. “Você deve buscar ajuda quando perceber que seus sintomas estão lhe trazendo um sofrimento mais intenso, prejudicando sua rotina ou até mesmo lhe colocando em risco”, recomenda a psicóloga.

“Reforço aqui a responsabilidade que todos temos com o outro. Talvez tenhamos pessoas próximas a nós necessitando de ajuda profissional e sem condições de buscar. Podemos fazer isso por ela”, indica. Apesar das dificuldades, Ana acredita que temos condições de sair da pandemia mais fortalecidos, confiantes, solidários, reforçando sentimentos positivos, que nos conduzem a uma vida melhor.

“O momento exige adaptação. Devemos nos manter ativos, fazendo planos e organizando a rotina e a vida de acordo com as condições atuais. Aproveite o distanciamento social para se voltar para si e para a família. É tempo de repensar seus hábitos antigos, que talvez nem combinem mais com você. Se reinvente. Tire algo bom disso tudo. Talvez esta seja a sua oportunidade de empreender e realizar sonhos antigos”, lembra.

Com a solicitação de isolamento máximo pelos próximos 15 dias, que segundo o Governo do Estado deve ser o período mais crítico para a COVID-19, a psicóloga aconselha:

* Seja realista! Entenda os cuidados que a situação te exige e coloque em prática! Sem pânico. Se você precisa sair de casa para trabalhar, saia. Mas se não precisa, fique em casa;

* Não se acomode. Mantenha corpo e mente ativos;

* Lembre que tudo na vida tem dois lados. Já que não pode mudar a situação, busque se fortalecer com ela;

* Não perca parte do seu dia acompanhando as notícias sobre a pandemia. Ao invés disso, escolha um momento curto do seu dia pra se atualizar. E não acredite em tudo que circula na internet, pois existem muitas informações falsas;

* Confie nas autoridades competentes. Busque por profissionais de saúde que possam sanar dúvidas e te orientar;

* Evite pensamentos, assuntos e pessoas negativas, que te deixam pra baixo;

* Tenha hábitos saudáveis. Não permita que o tédio e/ou os problemas te façam comer e/ou ingerir bebida alcoólica em excesso;

* Aproveite os momentos em família e também os momentos de solidão. Ambos são importantíssimos;

* E, para finalizar, a dica de ouro: busque ajuda!

CANAIS – Para solicitar ajuda qualquer pessoa pode contatar com a Secretaria de Saúde, através dos telefones: 3718-3383 e 9 9827-1344 (WhatsApp) e pedir para falar com Ana Paula. Quem preferir, também pode ir até a Secretaria, lembrando que é preciso evitar ao máximo a circulação. É importante reforçar que podem solicitar apoio junto aos profissionais dos postos de saúde (ESFs) e agentes comunitárias de saúde, que passarão as informações à psicóloga para o contato telefônico. CAPS I e CAPS IJ também podem ser acionados. A população também pode pedir auxílio nas escolas, ADAE, PIM, CRAS, CREAS, sindicato, nas redes sociais da prefeitura, entre outros.

Fonte: Josiléri Linke Cidade