O Município de Vera Cruz agora faz parte do Programa Estadual de Controle do Simulídeo, inseto popularmente conhecido como borrachudo. Para poder controlar o mosquito, a Vigilância Sanitária local precisou se adequar ao que preveem resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), que normatizam a utilização de produtos em ambientes hídricos. O Programa possui licenciamento ambiental para a prática.
Desde o ano passado, Vera Cruz trabalha para atender a Norma Técnica da Secretaria de Estado da Saúde e seguir o padrão dos demais municípios. Uma das medidas tomadas, foi a implantação de uma calha, construída pela Secretaria de Obras, Saneamento e Trânsito, logo acima da cascata, para a medir a vazão do Arroio Dona Josefa. Essa medida serve de base para calcular a dose do bioinseticida BTI, que age contra a larva do mosquito.
Técnicos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde/Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde estiveram em Vera Cruz nesta terça (5) e quarta-feira (6), para orientar os servidores do município e realizar a medição de cerca de 20 pontos. Nesses locais será feita correlação para aplicação do larvicida biológico, através de uma tabela de informática que informa o percentual a ser utilizado em cada ponto, já que a dose varia com a quantidade de vazão do local, o que proporciona ainda economia de produto.
Conforme o coordenador da Vigilância, médico veterinário André Mello Sant’Anna, o Município está desde a metade do ano passado sem aplicar BTI. A retomada da aplicação deve ocorrer nos próximos dias. Antes disso, serão realizados encontros com os agricultores que fazem a aplicação nas propriedades. “A partir de agora é com a gente. Os técnicos do Estado nos passaram como devem ser feitas as medições e a aplicação correta do produto. Temos que orientar os produtores rurais cadastrados no Programa a aplicar o produto, algo que deve ser feito em um mesmo dia em todos os pontos, para maior eficácia do produto.
O agente de combate a endemias, Jorne Petry, ressalta que apesar da picada incomodar a população e os turistas que procuram balneários no interior do município nesse período mais quente, o borrachudo não é transmissor de doenças na Região Sul do País. Da mesma forma, o produto que combate a larva do mosquito não é tóxico. O BTI - Bacillus thuringiensis israelenses, é feito da proteína produzida pela bactéria, o que não polui e não causa danos à saúde de humanos, animais ou vegetais.
ENTENDA - Duas questões de consciência ambiental ajudam a reduzir or problemas com os borrachudos. O inseto se desenvolve em local raso, a partir de larvas que se prendem em pedras, folhas e resíduos que ficam até 15 centímetros da superfície da água corrente. Plásticos e outros rejeitos que acabam chegando aos arroios ajudam na proliferação do mosquito. O borrachudo prefere áreas de mata, mas chega às residências em razão do desmatamento.