O movimento cultural que perpassa árvores genealógicas há 30 anos e está arraigado ao espírito de união comunitário, prevê mudar seu formato de organização no intuito de aprimorar a disputa a partir de 2015. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo reuniu representantes de quatro equipes de gincana – Kabonghi, Los Refugos, Xirus e Kaimana (que retorna ao certame) –, na quinta-feira, dia 9, para discutir a viabilidade de transformar cada núcleo de gincaneiros numa empresa constituída. A formalização permitiria ao Executivo repassar verba as equipes que, numa fusão, seriam responsáveis por gerenciar os recursos e promover a disputa saudável.
A proposta da Prefeitura em consenso com os líderes de equipe – mediante orientação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) – é de que cada conjunto de gincaneiros possua o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e, juntos, integrem uma Liga responsável por organizar a competição adotada como lema sentimental em Vera Cruz. Na prática, após a formalização, o Município discutiria o valor de repasse entre as equipes participantes – dentro das viabilidades orçamentárias – e repassaria o montante global à Liga. A espécie de associação receberia a quantia e faria a distribuição do recurso dentro das despesas existentes.
A repartição do bolo respeitaria os valores de incentivo, premiação e seria de responsabilidade desta Liga a contratação da empresa responsável por organizar a gincana – que teria o desafio de elaborar as tarefas mantidas em sigilo, bem como cuidar da infraestrutura e da logística ao longo do fim de semana da competição. No ano de 2014 o Município investiu na gincana cerca de R$ 92 mil na soma com a contratação dos elaboradores, ajudas de custo e premiações aos vencedores.
Na ótica do titular da pasta, Antônio Rozenei Woyciekoski, essa evolução denota a grandeza do evento que cresce a cada ano e ganha incrementos com olhares profissionais. “A Gincana é o nosso maior evento turístico. Recebemos bailarinos, coreógrafos e artistas do Estado e do país. A promoção ocorre em três dias, mas a comunidade vive este sentimento o ano inteiro. Portanto, desenvolver esse planejamento com antecedência denota nossa preocupação”, disse. Woyciekoski reforça que todas as equipes foram convidadas para a última reunião, embora já estejam dialogando sobre a pauta há um mês.
A primeira equipe a formalizar o CNPJ, Kabonghi, vê a medida como relevante para manter a segurança e o alto nível da disputa. “Através desta forma a Prefeitura dispensa licitação para contratar os elaboradores e nós, gincaneiros, não corremos o risco de aparecer uma empresa desconectada com a nossa realidade”, frisou o representante da equipe, Marcelo Tavares. De quebra, com a legalização a Liga poderá garimpar verbas estaduais, federais e do setor privado a fim de melhorar as condições do certame que mobiliza cerca de dez mil pessoas.